
Ambientalistas dos EUA e Europa lutam ferozmente contra o lixo eletrônico. A SVTC (Silicon Valley Toxics Coalition), com sede na Califórnia (pólo da indústria eletrônica) tem impressionante relatório sobre e-lixo (em inglês), no endereço www.svtc.org/cleancc/pubs/poisonpc.htm.
A STVC defende a responsabilidade dos fabricantes, do berço ao túmulo. Ou seja, indústrias deveriam inclusive coletar eletrônicos usados, sem custo para o consumidor, providenciando o melhor destino: 1- doação para escolas ou ONGs que não precisem de computadores de último tipo, quando possível; 2- desmontagem dos componentes, reaproveitando peças inteiras, quando viável, e 3- reciclar os demais materiais.
Recentemente, outro relatório de Ongs denunciou que até 80% do e-lixo destinado à reciclagem nos EUA, acabaria na China, Paquistão e Índia, recebendo o pior destino, por exemplo queima com contaminação ambiental.
“Cerca de 70% da CPU é material plástico, reciclável”, acrescenta o professor Antônio Carlos Coelho, da Escola Politécnica da USP, reconhecendo que hoje ainda é complicado reciclar produtos eletroeletrônicos, pois eles não foram desenhados para reaproveitamento ou reciclagem.
Sem pensar que estas modernidades rapidamente se tornam obsoletas, os designers projetaram equipamentos onde a desmontagem fica difícil. Um dos problemas: para cada componente, técnicos desenvolveram materiais específicos, diferenciados, atendendo requisitos como durabilidade, consistência, flexibilidade, resistência e impacto.
“Por exemplo, a dobradiça para abrir e fechar o notebook tinha de ser num tipo de plástico mais flexível de que o corpo da máquina”, comenta o professor, lembrando que hoje um desafio é redesenhar as máquinas, viabilizando a produção de todas as peças com poucos materiais. “Na Europa debate-se um selo verde para notebooks, onde um pré-requisito é que o equipamento contenha no máximo dois tipos de plástico.”
Até há pouco tempo, não dava para trocar o disco rígido de um notebook. Para ter um mais potente, devia-se trocar de equipamento. A nova tendência é facilitar o up grade, tornando-o mais durável.